1º Experimento de ORLANDO - SESC Iracema




O livro ORLANDO de Virginia Woolf é uma ode a literatura, mas é também um mundo que se descortina em nossa frente e que apresenta questões fundamentais para o debate nos dias de hoje.Uma dessas questões é a de gênero. 
 



Por não concordar com o papel que a mulher ocupava na sociedade e nem com a estrutura rígida e formal da educação inglesa, a autora aprofunda em seu livro a construção da noção de gênero em substituição a noção de sexo, reivindicando a igualdade entre masculinidade e feminilidade. Ao abordar essa questão acaba por se colocar contra toda essa cultura inglesa e ocidental, bem como contra a fragilidade dos valores e crenças da época. 


Estando à frente do seu tempo e não conseguindo se adequar a uma sociedade opressora e castradora articula, quase por necessidade de sobrevivência, toda uma nova forma de escrita que rompe com a forma vigente e com tudo que a impede de se manifestar e de ser, no papel, o que não conseguia ser na vida. Para poder “SER” ela cria, na ficção, um mundo onde Orlando, a personagem principal, consegue viver livremente como homem e como mulher, independente de seu sexo. É uma renovação de toda uma escritura, mas também de todo um pensamento e sentimento vigente. 

 



Woolf quebra a estrutura do romance ao romper com a estrutura do tempo, da personagem, da ação e do sexo. O livro é escrito com o arcabouço da memória que é, como diz Virgínia, costureira caprichosa. O fio da memória vai tecendo toda a composição da trama que está muito mais para a linguagem dos sonhos do que para a linguagem do pensamento. É por isso que o mais importante não é a intriga, o que acontece, mas o como acontece, e isso está em cada parágrafo recheado de fortes metáforas, rigor na escritura e grandes epifanias.  
  
A história não tem começo, meio e fim. Inicia no período elisabetano e vai até 1928. Não há uma noção precisa do tempo que, na trama, dura mais ou menos 400 anos. 

O livro substitui o pensamento pelo sentir e termina quando Virgínia para de escrever. Orlando vive por 30 anos como homem, depois acorda mulher, Lady Orlando, e a história continua naturalmente.

Ao final da apresentação houve um bate-papo com o público que teve a participação de Helô Sales.

Direção: Herê Aquino

Integrantes do Grupo: 
Juliana Veras
Marina Brito
Murillo Ramos

Fotos: Carol Veras

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