Ator...
Interação sócio-afetiva!


Por Davdson Caldas

“O mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável”.
Maurice Merleau-Ponty




O homem-artista é um ser social em essência, contraditório, mas as contradições que sente e experimenta através da vida material, de sua existência, são e criam as condições para a tomada de consciência das razoes de suas limitações e imperfeições. Desta forma somos seres que constantemente criamos e recriamos nosso cotidiano numa busca árdua pela satisfação profissional e emocional.

Partindo deste princípio o Grupo Expressões Humanas inicia um novo processo de Experimentações nas mais variadas formas de ser e estar artista, contribuindo para o desenvolvimento de novas competências e habilidades de seus integrantes, abrindo caminhos que re-significam o pensamento e a práxis de cada “Expressionista”.

Ao ler e discutir com o grupo o Texto: “Teatro e Ritual” do Diretor Polonês Jerzy Grotówsky, podemos, ao meu ver, perceber elementos constitutivos do trabalho do ator, passíveis de serem utilizados em seu processo expressivo, numa interação com o espectador, estimulando a reflexão dos mesmos e colocando-os como co-autores do processo histórico ao qual pertencemos. A essência deste texto me faz pensar em um ator que imprime uma experiência, não visando resultados prontos e acabados e sim um longo caminho que ao ser caminhado deixa rastros de possibilidades...


“Desconstruir para construir”

Por Monique Cardoso


Relatos do diretor polônes Jerzy Grotowski, sobre sua experiência em busca de um “Teatro Vivo” que pudesse trazer a espontaneidade do Teatro original. Os ritos primitivos deram vida ao Teatro, segundo ele, somente por meio do retorno ao ritual seria possível reencontrar aquele cerimonial de participação direta, aberta , imediata e orgânica.

Grotowski cita o espectador como “co-ator”, que é jogado na ação por meio de estímulos, “é preciso misturá-los aos atores”. Através da desconstrução do espaço cênico e de uma nova organização para o mesmo a cada espetáculo, o “espectador testemunha” se distancia de idéias pré estabelecidas, e aceita a vivência de forma aberta e autêntica.

Em suas pesquisas, busca a origem do Teatro no ritual , de forma a distanciá-lo do ritual sagrado e aproximá-lo do ritual humano, para Grotowski somente assim é possível restituir o teatro ao seu princípio vital.

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