Estudo baseado no texto “TEATRO E RITUAL”, do diretor polonês Jerzy Grotowski.

Por João Paulo Pinho



Em suas explanações sobre Teatro e Ritual para a Academia Polonesa das Ciências (1964), Jarzy Grotowski traz-nos à tona um relato minucioso sobre um processo coletivo, vivenciado pelo seu Teatro Laboratório, de busca sobre o reencontro do rito no teatro. Dessa busca temos muito à absorver além dos resultados finais. Trata-se de um processo de grupo em que a travessia (o meio) revela tanto quanto o fim.

Partindo do desafio de reencontrar no teatro o mito, o ritual, Grotowski nos conduz por seu percurso, num exercício corajoso de desprendimento onde revela-se um exímio curioso, desapegado de suas descobertas em detrimento de novas possibilidades.

Buscando estabelecer o que chamou de uma co-atuação espontânea na relação entre ator e espectador, o diretor polonês toca em pontos interessantes como a desconstrução do espaço cênico, propondo organizar o espaço de modo diferente para cada espetáculo; a co-penetração emotiva; a vocação do espectador de testemunha e, por fim, o abandono da idéia de teatro ritual para se aproximar do verdadeiro teatro ritual. "O ritual teatral, não religioso, mas humano: através do ato, não através da fé."

Inicia-se aí sua pesquisa mais focada no trabalho do ator, num novo processo, com mais descobertas e que pretendo comentar, em outro momento, trazendo agora questões como o Caminho Negativo e a Contradição.

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