Diário de Bordo - Festival Palco Giratório 2010 em Fortaleza



19/04/10



Por Herê Aquino

Os grupos Expressões Humanas e Teatro Vitrine estiveram marcando presença na programação do Palco Giratório neste final de semana, 17 e 18 de abril, com o Espetáculo ENCANTRAGO – Ver de Rosa um Ser Tão. As apresentações culminaram numa grande confraternização entre os grupos e o público, cerca de 360 pessoas, que lotaram o Teatro Sesc Iracema nos presenteando com uma energia encantadora que acabou por contagiar a todos. Obrigada aos que estiveram presentes e que se jogaram abertamente a troca e ao jogo ritual que o espetáculo propõe. Que ENCANTRAGO – Ver de Rosa um Ser Tão, sendo um pouco do Teatro que se faz cá por essas bandas, possa tocar a sensibilidade e o pensamento desse Brasil afora. Evoé!

 

Por João Paulo Pinho

É chegado o tão esperado momento de falar da experiência que está sendo vivenciar o Palco Giratório 2010. Encantrago apresentou dias 17 e 18 desse mês no Sesc Senac Iracema, mesmo teatro em que estreou em dezembro de 2008. Simbólico, não? Esse espetáculo é um eterno recomeço, faz parte da sua travessia. Começar aqui, em Fortaleza, foi ainda mais significativo para nós. É inquestionável a importância, para o espetáculo e para nós – artistas, da troca que os outros estados nos propiciarão.

Porém, ver aquele teatro lotado com mais de 360 pessoas, sabendo que mais 70 ficaram do lado de fora, foi ao mesmo tempo assustador e encantador. Quem faz teatro sabe. Quem faz teatro no Ceará sabe mais ainda o quanto é difícil produzir e manter espetáculo na terra do humor e do 2º maior reveillon do país (referências culturais do nosso estado por aí afora). Lembro-me de pouco tempo atrás ter apresentado o mesmo espetáculo, com o mesmo empenho, no mesmo teatro, para pouco mais de 10 espectadores. Não estou me lamentando, muito menos me glorificando, apenas acho esse um dado importante para lançarmos um olhar crítico a fim de visualizarmos novas possibilidades para a produção local partir das inúmeras trocas que seguirão. Sobre as apresentações, o que posso falar é que esperei até agora, passados três dias desde a primeira, para me distanciar um pouco da eufórica comoção que me causou. A musicalidade revista, o amadurecimento das cenas, as novas trocas firmadas com o público e com o elenco e as novas companheiras de cena (Monique Cardoso e Katiana Monteiro) tornaram o velho mais novo que nunca e o novo tão maduro quanto o velho. Alquimia. Treino. Treino e muito treino. A longa convivência nos ensinou a colocar em prática o ensinamento de Artaud sobre o exercício do ator, esse "atleta do coração".

As apresentações foram dedicadas ao nosso irmão Fabiano de Cristo (diretor musical do espetáculo) e aos meus pais que pela primeira vez, depois de cinco anos, me viram em cena. Emoção pura. E pensar que tudo isso vai até o final do ano. A estada segue e o próximo pouso será em Sobral, amanhã.







Por Marina Brizeno

Encantrago – em sua re-reestreia. Fazer Encantrago sábado e domingo, dias 17 e 18 de abril, foi uma grande surpresa. Não pelo fato da grande expectativa que acontecer a peça sempre gera em nós, mas e sobretudo, pelo fato de vivenciarmos várias coisas e sensações novas, como a entrada da Mona e da Kati para o corpo da peça, bem como o surgimento do Thomás que passará a nos acompanhar com a iluminação, a nova roupagem das músicas tão bem cuidadas e preparadas por nós e pelo Fabiano de Cristo, pela ilha dos instrumentos que surgiu entre duas das nossas veredas e mais o acréscimo e umas mexidas aqui e acolá de algumas cenas e, finalmente, pelo nosso figurinos renovado e mais com a cara do original idealizado por mim.

Enfim, Encantrago nasceu aqui na nossa tão querida Fortaleza e também fiquei surpresa pelas pessoas que foram nos ver. E eu que pensava, “Ah, todo mundo já viu a peça aqui em Fortaleza”... Quão enganada eu estava, teatro lotado nos dois dias. E muita gente que ainda não nos tinha visto; pais de uns, amigos, conhecidos e desconhecidos nos nossos. Até os queridíssimos alunos da Naty que nos deram uma visão tão especial do que estamos mostrando em cena. Impressões especiais por pessoas especiais.

O diálogo aconteceu, o diálogo entre nós e com o público, durante e depois da peça... Outra coisa boa foi o bate-papo que tivemos após as apresentações, as perguntas, curiosidades, comentários sempre nos enriquecem muito e nos dão o que pensar, nos dão matéria viva para continuar construindo a travessia da peça.


Por Marina Brito

Pela terceira vez estávamos diante de mais uma estréia/reestréia do Encantrago. Acho que o destino deste espetáculo isso, essa constante travessia que se renova e que renova as coisas dentro da gente. E, fazendo parte desta travessia, o “rebuliço” no estômago e nas nossas cabeças estava de volta. Ansiedade tamanha por uma energia forte que nos esperava naqueles dois dias de apresentação no Sesc Iracema. Meu Deus! Eu sentia o chão vibrar naquele dia. Junto a meu estômago, é claro. Céus! Como é mesmo que o Joca dizia? – “Respirem fundo e prendam o... c#!”

Saímos com a nossa “bandinha” cabaçal, e entre nós: – “Eu amo vocês! Vamos nos divertir galera!”... – indo ao encontro do público lá fora! Nossa! Nunca me senti tão abraçada por aqueles sorrisos, tanto num dia como no outro. Meu peito aperta só de lembrar. Quanta alegria!

Vi até pessoas na fila cantando, tentando acompanhar a letra da música. E o mais emocionante rever pessoas que já haviam assistido ao espetáculo e estavam ali de novo, sorrindo como se fosse a primeira vez.

Enfim, foi uma reestréia emocionante. E em cena, nunca me senti tão viva. Mais do que antes, estou atenta tecnicamente, porém mais viva e intensa do que nunca!



Por Liliana Brizeno


Reestréia. Ansiedade. Calafrios... Figurinos, arranjos musicais, pessoas. Tudo novo.
Assim, estávamos em meados do dia 17 de abril. Dia em que íamos estrear com ENCANTRAGO no projeto “Palco Giratório”. É o dia chegou. Alguns foram pela manhã no teatro montar o cenário para que o Wallace montasse a luz. Logo mais à tarde, chegamos ao teatro. Todos. Muitas risadas, descontração. Somos animados. RS... O Paulinho Botafogo até organizou um pic-nic.
Ensaio técnico. Organização de adereços.  Tudo ficou pronto.
Durante a apresentação, tínhamos a certeza que era aquilo ali, a melhor coisa do mundo. Trocamos olhares, entre nós e com o público. Inda bem que o ENCANTRAGO permite isso. Por que nossa felicidade era imensa. Queríamos voar, se possível. Teatro Ritual... Herê, mulher, que maravilha. Pessoas, sensações novas. Tudo de melhor aconteceu. A apresentação foi linda e marcante. Temos nos nossos corpos de moleque uma das sensações mais intensas que o teatro pode propiciar. No dia seguinte, dia 18, mais uma apresentação. Nossa... Mais uma nada! Acredito que tenha sido uma das melhores que já fizemos. Passou-se a reestréia e nossos corpos estavam numa certa “calmaria”... Foi incrível. Amigos, pessoas queridas na platéia. Incrível. No mais, vamos aprendendo, modificando, vivendo... Estamos bem. Estamos “encantrados”!


Por Monique Cardoso


O que dizer dos dias 17 e 18 de abril? Um turbilhão de emoções, um frio na barriga...é chegado o dia. Eu, juntava o meu mundo de ansiedade com a saudade do palco (adoro fazer produção, mas precisava viver essa energia), o que me deixava ainda mais nervosa. "Podemos soltar a vinheta?" alguém grita. "Perai, cadê meu pífano?" eu pergunto. (ah...esse pífano! Minha mais nova inquietação...) Finalmente achei. "Merda"!Como foi bom sentir aquele gostinho de quem estar prestes a entrar em cena...ai que saudade que eu estava! E nossa bandinha cabaçal segue pela rua Boris (em meio ao som alguns "eu amo vcs", ouvi) entramos no Sesc Iracema e os olhares atentos. Começamos junto com o público o ritual... o suor que pingava, o cheiro de incenso, o cheiro das lamparinas, os sons, o sabor da cachaça que enquanto servia tomei uma lapada! Ah como foi bom! E no domingo melhor ainda. Os alunos da Naty nem piscavam o olho de tão concentrados. O bato papo ao final, uma troca maravilhosa.


Comentários

Assistir o espetáculo em Sobral e gostei muito, desde a recepção, a atenção dos atores de acomodar a platéia até a ciranda onde platéia e atores eram uma coisa só. Muito bom. Vida longa ao grupo e todos nós q fazemos dessa dignissima arte nossa vida (e vice-versa).
Parabens!!!
Muita luz nesse giro que está iniciando. Um abraço grande a todos. Vou acompanhar tudo pro aqui, e em novembro nos vemos! Beijos, Gyl.
Gil, nos veremos antes de novembro, pois estaremos no Rio também em setembro, do dia 16 ao dia 19, portanto prepare a recepção.Bjos

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