Visitando os baús de afetos e lembranças - parte 3

Dando continuidade a essa mexida nos “velhos” baús, que já falamos anteriormente, não parecem tão velhos assim, encontramos um artigo escrito em 1998 por Selma Santiago, atriz, produtora e gestora cultural. O artigo foi publicado na coluna - “Soltando a Língua” do “Jornal Eco” – cuja logomarca era a famosa foto de Einstein mostrando a língua. 

Resolvemos reproduzi-lo pelo mesmo motivo dos outros. A espantosa atualidade do tema. Na ocasião, Selma puxava a orelha dos artistas, ligados ao teatro, cobrando à falta de organização e consequentemente a desarticulação da FESTA (Federação de Teatro Amador de Fortaleza), na época a instituição que vinha, historicamente desde 1976, organizando os artistas do teatro. Boa leitura com mais essa viagem no tempo!


PROCURANDO POR “NÓS”-  Selma Santiago”

“Tudo começou quando decidimos nos encontrar para saber quem somos, o que queremos, quantos somos e o que faremos. As vezes, nos damos de cara uns com os outros nos teatros de Fortaleza e nos eventos espalhados pelo Ceará. Outras vezes, marcamos reuniões e, mesmo assim não conseguimos nos encontrar. Chego às vezes a pensar se realmente existe este “NÓS” do qual tanto falamos, pois cada um reflete apenas o “EU”. Parece até que esquecemos a velha fórmula onde basta juntar “EU” mais “VOCÊ” para significar “NÓS”.

É exatamente entre “EUS”, “VOCÊS” e “NÓS” que está a história da rearticulação de nossa querida FESTA (Federação de Teatro Amador de Fortaleza). Para você entender melhor, vamos relembrar o Festival de Aracoiaba/CE (julho/97), onde foi decidido que era momento de revitalizar a FESTA, mas daí nada saiu. Em setembro, no Festival Nordestino de Guaramiranga, tiramos uma comissão para organizar um Encontro Estadual que seria em novembro. A comissão reuniu-se, traçou as linhas básicas mas... também nada aconteceu. 

Os primeiros passos até que foram dados: escrevemos um projeto, enviamos à Secretaria de Cultura do Estado, à cidade que sediaria o Encontro, mas até agora... nada! Acho que não preciso repetir a necessidade de termos novamente ativa a FESTA, mas devo dizer sim que é necessário um compromisso maior por parte de quem decidiu participar deste movimento. Por este motivo, estou aqui lembrando aos colegas de teatro que “UM”, espalhado, não é nada. Agora, se “UM” mais “UM” estiver junto...

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